Destak

Destak
Ano: 2019

Desde que ganhou fama mundial no grupo Spice Girls, em 1996, Melanie Chisholm, 45, também conhecida como Mel C, traçou uma trajetória cheia de projetos que miram em diferentes gêneros musicais. Em sua carreira solo, a artista começou com “Northern Star”, disco que completa 20 anos em 2019. De lá para cá, mais projetos chegaram ao mercado: “Reason” (2003), “Beautiful Intentions” (2005), “This Time” (2007), “The Sea” (2011), “Stages” (2013) e o mais recente, “Version of Me”, de 2016.

Sempre buscando falar sobre autoaceitação, diferenças e amor próprio em seus trabalhos, agora Mel C se prepara para seu oitavo disco de estúdio, ainda sem nome, que será lançado em 2020. Como carro-chefe do projeto, ela está divulgando o single “High Heels”, que dá início a uma nova fase da artista e é produzido pelo DJ Alex Metric.

Em entrevista ao Destak, Mel C fala sobre essa nova música, o álbum que vem a seguir, a carreira e Gloria Groove, e dá indícios sobre sua próxima vinda ao Brasil.

“High Heels” dialoga bastante sobre amor próprio. Qual a importância de falar sobre isso com a geração atual?
Acho que esse discurso é importante para todas as gerações, especialmente a deste momento. A vida está muito difícil para as pessoas mais novas crescerem, principalmente com todas as redes sociais, que trazem muita insegurança. É muito importante olhar para você mesmo e olhar para o outro.

Recentemente, você trabalhou com o grupo Sink The Pink. No Brasil, o número de drag queens vem crescendo e ganhando cada vez mais notoriedade. Pretende fazer colaborações com esses novos nomes da indústria?
No Brasil, eu tive muita sorte em fazer um dueto com a Gloria Groove. Nós cantamos juntas no “Altas Horas”, um programa lindo e muito divertido. Eu amo a Gloria Groove, ela é muito legal e positiva. E eu sempre vou desejar fazer colaborações deste tipo, com essas artistas.

Você sempre foi uma artista politizada e que fala bastante sobre temas que envolvem feminismo, depressão e diversidade, por exemplo. Como usa sua voz para abordar essas questões?
Acho muito importante usar o seu sucesso para falar sobre esses temas. Você pode usar a sua voz para falar sobre o que você acredita. Pode fazer com que esses temas sejam mais falados, e educar as pessoas sobre esses assuntos, dar às pessoas um modelo para que elas tenham alguém em quem se espelhar. Considero muita sorte eu ter uma base de fãs tão grande, e poder retribuir esse amor é muito bom.

Seu novo disco vai ser lançado no próximo ano. O que o público pode esperar dele?
Meu novo álbum é um mix, com coisas mais alegres e coisas mais sentimentais. Neste trabalho existe, também, um sentimento de empoderamento e autoaceitação. Esse foi um ano e tanto. Estar de volta com as Spice Girls e trabalhar com Sink The Pink me fez pensar muito sobre mim. Eu me aceitei muito mais do que eu achava. Trabalhar com comunidades diferentes e com tantas pessoas diversas me ensinou que somos muito semelhantes em certos aspectos e muito diferentes em outros, e isso deveria ser celebrado.

Você vai trazer mais colaborações no disco? Como está sendo o desenvolvimento dele?
Ele está ficando incrível. Estou muito animada com o resultado. Trabalhei com muitos compositores, artistas e produtores diferentes. Conheci tantas pessoas, inclusive pessoas mais novas, artistas mais novos. Vou trazer outras surpresas que ainda vou guardar pra mim, mas o álbum está incrível.

Ainda sobre o disco, ele já tem um nome? Pode falar como será a sonoridade?
Ele ainda não tem um título, mas estamos trabalhando nisso. Este disco vai ter uma vibe muito mais eletrônica. “Version Of Me” já tinha uma vibe eletrônica, mas ainda era um pouco mais experimental, já este é mais comercial. “High Heels” é uma ótima introdução ao álbum, mas ainda teremos muito mais por vir, com muita dança.

Seu 1º disco solo, “Northern Star”, foi lançado há 20 anos. O que mudou em você, como artista, de 1999 para 2019?
Muita coisa mudou e estou na minha jornada. Acredito que todo mundo tem uma jornada, com altos e baixos na sua vida pessoal ou profissional, e isso se reflete no seu trabalho. Eu tive uma vida incrível, que me deu muita inspiração para escrever sobre diversas coisas. Amo música de todo tipo. Nos últimos anos tenho levado meu trabalho para um caminho mais eletrônico, mas meu estilo também vai um pouco para o rock e o pop. Não acho que eu tenha mudado tanto como ser humano, só me sinto mais influenciada por coisas que estão à minha volta, sejam elas pessoas, situações, músicas ou arte.

Recentemente, as Spice Girls fizeram uma série de shows na Inglaterra. Como foi fazer parte disso novamente?
Muitas coisas foram ótimas nessa turnê com as Spice Girls, uma delas foi poder passar tempo com as meninas novamente. Nós reafirmamos nossa relação e nossa amizade, e me lembrei exatamente porque eu as amo tanto, e porque elas me tiram do sério (risos). E claro, fazer os shows, cantar as nossas músicas e me lembrar de como isso tudo é incrível também foi ótimo. Foi fantástico ver a reação dos fãs e sentir novamente aquela energia.

Tem planos de vir ao Brasil?
Com as Spice Girls, não temos nenhum plano para shows no futuro, mas penso muito em levar meu projeto solo ao Brasil. Amo o Brasil e amo a energia desse lugar, então mal posso esperar para levar meu trabalho até aí novamente.