A vida pós-Spice Girls de Mel C
Veja.com – 2017 – A vida pós-Spice Girls de Mel C
Ex-integrante do grupo fenômeno nos anos 90, a inglesa Melanie Chisholm, que faz shows no Brasil em junho, fala dos tempos de sucesso e da depressão.
Três das cinco spice girls anunciaram, no ano passado, uma turnê de retorno. Por que você não vai participar? Conversamos sobre isso depois do show na Olimpíada de 2012. Falei com Emma, Melanie e Geri. Mas parecia que não combinava com o que tínhamos feito juntas anos atrás. Achei que era hora de me afastar. Sinto que foi a decisão certa.
Você teve depressão e falou disso publicamente. Por quê?
Comecei a falar sobre depressão em 2000, quando ainda integrava o Spice Girls. Nossa vida tinha virado de cabeça para baixo, e não havia privacidade. Foi difícil. Até me arrependi de ter falado, mas sei que é importante, pois muitas pessoas sofrem em silêncio.
Como você está hoje?
Feliz. Aprendi a lidar com o problema. Ainda vou ao terapeuta. Tento comer bem, exercitar-me e ter contato com as pessoas — quando você está depressivo, não quer socializar-se com ninguém. Aprendi que temos de cuidar de nós como cuidamos de nossos filhos. Ao engravidar, percebi que era hora de me cuidar. Minha filha está crescendo, e eu a ensino a amar a si mesma. Somos tão duros conosco, especialmente as mulheres. Queremos sucesso, queremos riqueza, e sempre nos colocamos para baixo.
Qual é a coisa mais louca de que você se lembra do tempo em que foi uma Spice Girl?
Lembro que não conseguia ir a nenhum lugar ou fazer coisa alguma sem ver ou ouvir as Spice Girls. As pessoas falavam sobre nós na TV, no rádio, no ponto de ônibus. O ano de 1997 (o auge do grupo, quando foram lançados um filme e um disco das Spice Girls) foi louco. Engraçado e emocionante, mas, acima de tudo, bem louco.
É verdade que você esnobou a Madonna?
Sim. Em uma festa, passei reto por ela. Só pedi licença. Não vi que era a Madonna — ela é muito baixinha. Foi engraçado. Nunca vou me esquecer desse episódio.